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segunda-feira, 23 de maio de 2011

ENCHENTES EM PAU DOS FERROS


                Com o aumento do nível pluviométrico em nosso Estado, me veio a idéia de escrever sobre as grandes enchentes que assolara nosso município em épocas passadas. É bom salientar que no nordeste há um grande paradoxo: Quando a tragédia não chega com a seca, chega com a chuva. Não sei definir qual a pior forma de castigo para esse povo tão massacrado.
                Bem, pouca gente sabe, mas no dia da inauguração da barragem (Açude Marechal Rondom) a sua sangria estava tão alta que a água chegou ao centro da cidade com facilidade. O falecido Elianto Pignataro teve que utilizar um bote para entrar na câmara de vereadores e salvar alguns documentos. A água naquele lugar já superava 1,5 metro.
                Não sei bem por quais motivos, mas nos últimos dez anos, poucas vezes a água ultrapassou os limites do leito do rio. Mas em sempre foi assim...
               Pela localização do perímetro urbano, é fácil perceber que grande parte da cidade de Pau dos Ferros fica num buraco. Assim, quando o RioApodi-Mossoró transborda, o centro da cidade são os mais afetados.
               Quando o inverno arrochava e a barragem sangrava, a água tomava conta da cidade. Para você leitor ter uma idéia, no local onde fica o açougue municipal, os meios de transporte eram canoa ou bóias feitas de câmaras de ar.
               O local onde hoje é o supermercado Queiroz atingia a profundidade próxima ou superior a 2 metros.
               Para mim e outras crianças das décadas de 1970 e 1980, tudo era uma festa, pois ignorávamos os desabrigados e passávamos todo o tempo livre vendo a água subir e o "auê" acontecer. Comerciantes se mudavam às pressas, canoeiros por todo o lado, pessoas em pânico na perspectiva de aumentar o nível da água... Era cômico se não fosse trágico.
               Muitos não dormiam "pastorando" seus imóveis alagados. As 4 bocas se transformavam numa praia suja onde muitas crianças nadavam alegremente. Ninguém lembrava nem ao menos sabia da existência de micoses, leptospiroses, entre outras moléstias....
               Ah, os tempos eram outros.....



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