03

sexta-feira, 26 de julho de 2013

JOÃO ESCOLÁSTICO BEZERRA



Por Licurgo Nunes Quarto

Filho caçula de Ezequiel José Bezerra e de Joana Batista da Costa, nasceu a 10 de fevereiro de 1904, na hoje Cidade de Governador Dix-Sept Rosado.
Com cinco anos de idade foi residir em Pau dos Ferros, haja vista que os seus pais fixaram residência nessa Cidade.
Autodidata, concluiu apenas o curso primário no Grupo Escolar Joaquim Correia. Toda a sua formação cultural deveu-se apenas ao esforço próprio, recorrendo aos livros na ânsia de aprender e sedimentar conhecimentos.
Aos 16 anos, deixando a atividade agrícola a que se dedicava, quando ajudava ao seu pai, iniciou outra profissão, indo trabalhar no comércio da cidade. Permaneceu neste mister até o ano de 1935, quando, aderindo à política, ingressou no Partido Popular. No mesmo ano de 1935, no mês de novembro, foi nomeado e empossado Prefeito Municipal de Pau dos Ferros, num ato assinado pelo então Governador Rafael Fernandes Gurjão. Este ato era uma prerrogativa assegurada aos Governadores.
Na condição de Prefeito nomeado permaneceu por dois anos, até março de 1937. A 16 de março do mesmo ano, ou seja, em 1937, houve eleição para o cargo de Prefeito, e, tendo concorrido, foi eleito, permanecendo nas funções até maio de 1938.
Durante o tempo em que perdurou a gestão à frente dos destinos da Cidade, realizou inúmeras obras físicas, tais como:
Construção de um açougue público na sede do Município; um galpão dentro do mercado público; compra de instrumentos musicais para a formação da banda de música; aquisição de um motor para a geração de energia elétrica para a Cidade. Na sua gestão, o Governo Federal criou várias escolas de alfabetização, beneficiando alguns distritos e a sede do Município. Reformou o mercado público do então distrito de Vitória. No Encanto construiu um galpão para abrigar a feira.
Conseguiu realizar as obras citadas graças à ajuda do pauferrense Rafael Fernandes Gurjão, Governador do Estado à época. Pois, como é sabido, não existia outra fonte de renda para o município, a não ser a sua própria receita.
Filantropo por natureza, fez parte de todas as instituição sócio-recreativa e culturais da Cidade, colaborando em muito para com o seu desenvolvimento, uma vez que o seu espírito empreendedor e a sua disposição de ajudar o estimulavam a se integrar a qualquer empreitada.
Contribuiu para com a construção do “Patronato Alfredo Fernandes”; construção do “Salão Paroquial”; fundação e funcionamento do “Círculo Operário Pauferrense”; construção da “Igreja do São Benedito”, dentre outros.
Casou-se a 21 de janeiro de 1925 com Francisca Lopes de Queiroz. Da união resultou no nascimento de 21 filhos, a saber:
Raimunda Nair Bezerra; José Edmilson Escolástico Bezerra; José Escolástico Bezerra; Maria Delça Bezerra Lopes; Valdenora de Queiroz Bezerra; Antonia Gelça Bezerra Cavalcanti; Raimundo Escolástico Bezerra; João Escolástico Bezerra; Heriberto Escolástico Bezerra; Francisca Nadir de Queiroz Bezerra; George Escolástico Bezerra; Verônica Marinha Bezerra; Lázaro Escolástico Bezerra; Luiz Escolástico Bezerra; Margarida Maria Bezerra Turíbio; Ezequiel Escolástico Bezerra; Miguel Escolástico Bezerra; Paulo Escolástico Bezerra; José Maria de Queiroz Bezerra; Maria José de Queiroz Bezerra e Glória Maria Bezerra Oliveira.
Dona Francisca, sua dedicada esposa, descendia de tradicional e importante família da Cidade. Mulher digna, de fibra, criou a prole numerosa calcada nos princípios de honestidade e de caráter. Muito católica, de uma fé muito grande em Deus, e devota de Nossa Senhora da Conceição. Ganhava todos os prêmios quando das comemorações do “dia das mães”, uma vez que no quesito “mãe com maior número de filhos” ela era imbatível.
Em 28 de setembro de 1938 foi nomeado para o cargo de Escrivão e Tabelião do 1º Cartório Judiciário da Comarca de Pau dos Ferros. Exerceu – com honestidade e desenvoltura - as referidas funções até 20 de julho de 1954, quando, vitimado por um acidente vascular cerebral que o deixou com limitações de movimentos, foi aposentado por invalidez.
Em abril de 1959 transferiu-se para Natal, não somente em busca de melhor tratamento para a sua saúde, como também para dar mais condições de educação aos seus filhos, no que foi plenamente recompensado, haja vista que todos os descendentes atingiram tal objetivo.
Residiram em Natal na Av. Rio Branco, artéria mais importante da Cidade. A casa era um verdadeiro “consulado informal” de Pau dos Ferros, vez que para lá convergiam e se hospedavam parentes, compadres e amigos que vinham à capital resolver algum problema de saúde, ou mesmo solucionar qualquer pendência social ou profissional
Faleceu em Natal, no dia 23 de maio de 1964, com 60 anos de idade.
A Cidade de Pau dos Ferros prestou-lhe várias homenagens, como a que deu o seu nome a uma das suas ruas, bem como inaugurando a “Escola Estadual João Escolástico”, de lº grau.
Eis, pois, conterrâneos, a homenagem que presto ao Sr. João Escolástico Bezerra; homem público probo – coisa rara hoje em dia – serventuário de justiça dos mais ciosos e honestos, que dedicou a sua vida a servir à nossa Pau dos Ferros e ao seu povo, e pai, dentre outros, do Ezequiel, Miguel, Paulo e Glória meus amigos de infância, pois eram da minha faixa etária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

As postagens que venham a desrespeitar moralmente ou legalmente a algo ou alguém, serão excluidas.. Para evitar que isso aconteça evite esses tipos de comentários.. Desde já agradecemos..