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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

ANÁLISE CRÍTICA DO LIVRO "PAU DOS FERROS À SOMBRA DA OITICICA"




"Nada aqui foi inventado
Ou foi de minha autoria,
É claro que às vezes eu
Destilei uma ironia,
Mas isso sempre se espalma
Sobre os incêndios da alma
De quem escreve poesia."
Poeta 
Manoel Cavalcante

Em vários momentos da obra podemos observar a veia irônica do poeta, como nas alusões aos prefeitos de antanho, possuidores de condutas probas, citando exemplos de entrega do próprio patrimônio para o bem comum dos pauferrenses, usando estes exemplos para criticar a cultura da improbidade que macula a classe política nos dias de hoje. Observamos ainda algo bem pessoal, uma efêmera frustração por ter vivido áureos momentos jogando futebol de salão e não ter sido reconhecido, quando cita que a cidade desconhece o título estadual-mirim de futsal ganho em Apodi pelos atletas da terra, bem como a nostalgia do lamento pela demolição do antigo ginásio de Pau dos Ferros. O livro tem uma leitura agradável, redonda, sem preciosismos gramaticais, com vários momentos hilários, em que o leitor vai se pegar sorrindo com os causos de rua narrado pelo poeta. Como exemplo, a eleição das pedras, em que o poeta conta que foi tanta pedra na igreja, tanta mesmo, que foi pedra no pé-do-ouvido e pedra no pé-do-santo. Outras construções são do talento do poeta, como na pág. 123, em que narrando a passagem do mandato do ex-prefeito Aliatá, conta que não foi muito boa, pois pegou a prefeitura mais fraca do que a TIM. Grandes nomes são descortinados do esquecimento das calçadas, as construções das grandes obras públicas realizadas na cidade tem na vontade de seus idealizadores a marca da cidade, e porque não dizer, os fundamentos que fazem hoje Pau dos Ferros ser a cidade pólo da região. Algumas situações pontuais marcaram o meu imaginário, como: 1- a figura emblemática do grande líder Joaquim Correia e a briga (hecatombe) que motivou a sua fuga para Natal para não ser morto na cidade. Acho que foi o mecenas de Pau dos Ferros na educação, mas que caiu no esquecimento do povo, pelo menos eu em 5 anos aqui nunca vi ou ouvi qualquer homenagem pelo seu trabalho em Pau dos Ferros. 2- Padre Caminha e a sua dedicação cristã na cidade, fantástica. 3- O mandato do ex-prefeito Zé Dimilsom e a sua coragem por não ser anuente a ditadura militar e escrever na antiga praça do Condor a seguinte frase: "a nossa praça é do povo como o céu é do condor". 4- as tantas obras públicas realizadas, como o açude 25 de março, que outrora foi tão importante para a cidade, mas hoje não tem utilidade nenhuma; a construção das escolas, do ginásio que foi colocado abaixo, a barragem de Pau dos Ferros; foram tantos esforços para a cidade ser o que é hoje. Com todas já citadas, fico por aqui com estas boas impressões sobre a história da cidade e com a certeza que será difícil a partir de agora passar por um monumento desse e não lembrar de sua história e das pessoas que influenciaram a sua construção. Antes de qualquer coisa, para não ser mal interpretado, estas impressões desorganizadas não têm nenhuma pretensão de serem uma crítica à obra, são apenas impressões de um humilde leitor que regozijou de uma leitura sem o olhar literato-científico. 

Por Thiago Aragão.

Um comentário:

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