Renê Guida da Silva, natural
de São Miguel/RN, na rua 13 de Maio, cujo parteiro foi o memorável Milton
França. Nascido na década de 1960, filho do casal José Guida da Silva e Maria
Rodrigues da Silva, de origem afro-descendente, ou chamados de “mestiços” por
ter em sua árvore genealógica a presença genética de negros e índios,
portugueses e holandeses, prevalecendo os traços típicos do caboclo,
reconhecendo-se como negro. Desde
criança demonstrou amor a sua cor (melanina da pele), tanto que, o empenho em
louvá-la estava na preferência em representar nos desfiles cívicos de “07 de
setembro”, as raças negras e índios, bem como, o desejo de ouvir as historias,
contos, lendas e manifestações culturais dos seus antepassados e por isso esta
na companhia de famílias negras como: os Grossos, Cacau, Zefa Pereira, as Lenas
e a família Bráz era a sua alegria. Nesse convívio fazia oralmente a coleta de
dados e informações, ganhando fatos raros, foi construído um acervo, que
contribui para ilustrar os livros históricos sobre São Miguel: “São Miguel na
historia dos fatos”, de Antonio Neto (1994); “ A vida em Clave de Dó”, De
Zenaide Almeida (2005) e, “João Rufino: Um Visionário de Fé” (2011) de Rostand
Medeiros.
Foi coadjuvante de certa forma nessas produções, quando acompanhou as
reedições e as publicações, bem como, as pesquisas de campo.
Reconhecendo-se
como afro-brasileira, sua formação acadêmica em Historia – Licenciatura e
Bacharelado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, deu-lhe
competência acadêmica – cientifica para empreender pesquisas (ainda
inconclusas), sobre as origens étnico-históricas do povo micaelense.
Professor
de historia e cultura do Rio Grande do Norte na rede pública municipal de São
Miguel/RN faz de sua docência um meio para difundir sentimentos de
pertencimento à sua terra natal, para construir as bases da valorização humana
e respeito à diversidade cultural da sua gente e da sua origem. Colunista
social do jornal O mossoroense desde 2003 sendo pioneiro em nossa serra. Diretor
de Cultura de 2005 á 2010 no município de São Miguel. Atual coordenador de
cultura.
Diz sorrindo que “Adora ser
negro”, e que a beleza que emana da alma negra é a essência da garra, da
resistência e da determinação para lutar por seu lugar na sociedade. “Ao longo
de cinco séculos muito tem se emancipado, porém, o preconceito e o racismo
ainda se dissimulam e ferem a dignidade das raças negras e indígena,
verdadeiras brasileiras”. Ser negro, para o historiador Renê Guida é ser o
remanescente de uma saga triste, que graças à Deus, começa a ser superada por
meio da educação.