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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE PAU DOS FERROS por Manoel Cavalcante







Lá por Mil e Oitocentos
Do ano quarenta e um,
Começou a nossa saga
Com o objetivo comum
De emancipar a cidade,
Mas por infelicidade
Não houve êxito nenhum.

Na verdade, sendo claro,
Queriam desligamento
Da serra de Portalegre
E com legal documento,
A Freguesia tranqüila
Fosse elevada à vila
Consolidando o intento.

Mas nesse quarenta e um
O pedido foi negado,
Mesmo com quase quinhentos
Pessoas tendo assinado,
Não gloriou-se a idéia
E ao passar na assembléia
Não houve nada aprovado.

Foram quatrocentos e
Noventa e duas pessoas,
Compondo ao abaixo assinado
E contam mentes à toas
Que analfabetos, sem medo,
Também colocaram o dedo
Por não terem letras boas.

Já em Mil e Oitocentos
E Quarenta e Sete o ano,
Houve nova tentativa,
Houve novo desengano,
Ganhamos um novo veto
De um reformado projeto
Já portando um outro plano.

Deputado João Inácio
De Loiola Barros lá
Defendeu a transferência,
Só da sede para cá,
Porém nossa nata terra
Ficou pertencendo a serra
Desejando a hora H.

Passados longos seis anos
No dia 12 de Abril
O Barão de Assu juntou-se
A outro homem gentil
E se lançaram ao pleito
De serem donos do feito
Perseguido e varonil.

Fizeram novo projeto
Ele com Elias Antônio
Cavalcanti de Albuquerque
E ao queimar cada neurônio
Traçaram o objetivo
Pensando bem positivo
Tendo em mãos um alvo idôneo.

O projeto defendia
A simples elevação
À vila daquela antiga
E próspera povoação
Chamando Vila Cristina,
Porém pra nossa ruína
Não se teve aprovação.

Já em mil e oitocentos
Do ano Cinquenta e Seis,
Ganhamos independência,
Fomos livres de uma vez,
E digo como bem sei,
Sancionaram uma lei
Com grandeza e altivez.

Foi em 4 de Setembro
Uma lei foi sancionada.
E a nossa povoação
À vila foi elevada
Antônio Bernardo Passos,
Assinou, nos pôs nos braços
Da independência almejada.

A lei que foi sancionada
Tem número a se lembrar
Parece até que é bobagem,
Mas devemos registrar
Como peça do teatro:
Tem um 3, um 4 e um 4.
A lei a nos elevar.

Foi Bevenuto Fialho
O grande autor do projeto
Que de tão bem feito não
Temeu receber o veto,
Por este grande legado
Ele deve ser lembrado
Com regozijo completo.

Por Manoel Cavalcante

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